segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

[40] Cartaz do Colóquio Internacional Vieira da Silva


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sábado, 20 de dezembro de 2008

[39] Biografias/ Resumos das Comunicações . Conferencistas





CONFERENCISTAS .
BIOGRAFIAS . RESUMOS

  • ANA RITA FERREIRA . Doutoranda do curso de Estética e Filosofia da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Mestre em Estudos Curatoriais (2006) pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Licenciada em Artes Plásticas – Pintura (2003). Professora de Educação Visual e de Técnicas de Expressão Plástica. Foi Colaboradora do Sector Educativo do Museu Grão Vasco e orientadora de workshops de Iniciação à Pintura e de Iniciação à Fotografia Analógica.
COMUNIÇAÇÃO: A PLURALIDADE SINGULAR
  • Os percursos que as obras de Vieira da Silva ofertam ao olhar são plurais e ambíguos, articulando caos e ordem, na cadência da repetição que as suas estruturas labirínticas propiciam. Em qualquer imagem há convergência de lugares e de tempos. O espaço implica localização e o tempo uma distribuição – sendo ambos mediados pelo movimento. Através da análise formal de algumas pinturas de Vieira da Silva, propõe-se uma leitura com base nos conceitos de tempo, movimento e repetição.

  • CARLOS COUTO S.C. / CARLOS COUTO SEQUEIRA COSTA Professor de Filosofia, Artes e Estética/ Filosofia - FLUL. Docente desde 1977 e Conferencista desde 1975. Professor de Mestrados desde 1990. Licenciatura, Mestrado e Doutoramento em Filosofia e Estética. Agregação entregue em Setembro de 2007. Nos anos 80, estudou também psicanálise e foi convidado por Eduardo-Luís Cortesão para exercer. Bolseiro da FLAD e da Gulbenkian, entre outras. Membro da Aica. Convidado por Mario Perniola para membro da European Research Comission. Publicou cerca de 30 livros. Tem escrito múltiplos artigos nas áreas da Filosofia, Estética, Poesia, Ficção, Ensaio, e Interferências. Formação musical (piano e composição) e pictórica (realizou três exposições). Desportista desde 1963. Casado, tem dois filhos.
COMUNIÇAÇÃO: PINTURA ARACNÍDEA, ENTRE A NOITE E O CAMINHO
monadologias e facticidade em Vieira da Silva
  • Pintura aracnídea , entre a noite e o caminho/monadologias e facticidade em Vieira da Silva visa questionar quer o espaço monadológico pictural de Vieira, quer o diálogo entre facticidade e temporalidade (um dos seus auto-retratos finais). Entre a noite e o caminho, o fazer e a facticidade, como respiram os labirintos, as bibliotecas e as cidades invisíveis de “Vieira”? E qual o tempo da sua pintura, do seu labor penelópico? A pintora Vieira da Silva compõe, musicalmente, uma das mais extraordinárias partituras do espírito, para-lá do tempo ou "fora" deste, para-lá da maneira ou da mostração do vivido. O " Rosto" final de sua Obra emerge não só como pura verdade do pictural, como desvela a fixidez de um pensamento dissipativo, enérgico e inocente, vertiginoso e extático, resultado de sombras, de inquietudes e visões, de incandescências.

  • CRISTINA DE SOUSA AZEVEDO TAVARES . Professora Associada da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa - Ciências e Teorias da Arte. Coord. do Mestrado em Estudos Curatoriais. Presidente do Conselho Directivo entre 2002/4. Investigadora do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa. Responsável pelo projecto A imagem na ciência e na arte. Licenciada em Filosofia pela F.L.U.L (1980). Mestre em História de Arte pela F.C.S.H. da U.N.L. (1984). PHD em História de Arte Contemporânea pela mesma Faculdade (2000). Foi professora no Ensino Secundário. Académico correspondente da Academia Nacional de Belas Artes; membro da AICA (Associação Internacional dos Críticos de Arte); Direcção da SNB, leccionado no Curso de Formação Artística; Integra: o Conselho Consultivo do Núcleo de Arte Contemporânea de Tomar e o grupo de Conselheiros da Fundação Armazém das Artes (Alcobaça). Tem publicado livros e artigos, realizado conferências, e exercendo actividades diversas nas áreas da história e teoria da arte, crítica de arte e curadoria.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA E O ABSTRACCIONISMO EM PORTUGAL:
HISTORIOGRAFIA E CRÍTICA
  • O tema desta comunicação visa num primeiro nível estabelecer uma caracterização da obra de Vieira da Silva na sua relação com a produção do abstraccionismo em Portugal, em particular a pintura, simultaneamente como alcance e osmose possíveis.
    Num segundo nível que interage com o primeiro procede-se a uma abordagem abrangente dos modos como a historiografia e a critica do séc.xx observaram a obra da pintora Maria Helena Vieira da Silva.

  • DELFIM SARDO . Curador e ensaísta. Professor de História de Arte Moderna e Contemporânea na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa; coordenador Executivo da Comissão Instaladora do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Director do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Fundador e director da revista Pangloss. Consultor da Fundação Calouste Gulbenkian. Comissário da Representação Portuguesa à 48ª Bienal de Veneza. Comissário da exposição patente na Porta 33, intitulada “Vou-te contar uma história:”. Colabora regularmente como ensaísta para publicações sobre arte e arquitectura, em Portugal e no estrangeiro. Principais publicações: Julião Sarmento, Catalogue Raisonée. Edições Numeradas. Vol.1 (MEIAC, 2007); Luxury Bound (Electa, Milão, 1999); Jorge Molder (Caminho, Lisboa, 2005); Helena Almeida Pés no Chão; Cabeça no Céu (Bial, 2004); Pintura Redux (Fundação de Serralves/Público, 2006). Para a Porta 33 colaborou nos catálogos das exposições “À Flôr da Pele” de João Queiroz (1994); “Paint it Black” de Fernando Calhau; Michael Biberstein (1995); “Nebeneinander” de Jorge Molder; Julião Sarmento e Rui Sanches (1996); “What Makes A Writer Great” de Julião Sarmento (2000); Proferiu várias palestras sobre o trabalho dos supramencionados artistas; sobre coleccionismo (2007), no contexto da exposição “Desenhos estranhos [Uncanny drawings]”, da Colecção Madeira Corporate Services, (2008).
COMUNICAÇÃO: UMA PINTURA DE VIEIRA DA SILVA

  • DIANA DAVAL . Professora na École d’Arts Appliqués de Genève. Responsável pelos cursos MAMCO (Musée d´Art Moderne et Contemporain de Genève) e EPFL (École Polytechnique de Lausanne). Após atingir a maturidade artística na sua cidade natal, Genève, parte para Paris com o intuito de estudar História de Arte. Cursou a École du Louvre (obtendo o título Ancien Elève); Diplomada em Museologia. Maîtrise na Université de Paris I (orientação de Marc Le Bot), com a dissertação: L’art d’après l’art, le cas de Picasso; realiza um DEA (Diplôme d' Études Aproffondies). Doutorada pela Université de Paris IV (orientação de Serge Lemoine), com uma tese que incidiu no estudo completo da obra de Maria Helena Vieira da Silva (pinturas e desenhos), numa base de colaboração na Monografia de Vieira da Silva (SKIRA, 1993). Efectuou estágios: no Musée Picasso de Paris, na Délégation aux Arts Plastiques du Ministère de la Culture e nas Editions d’Art Albert Skira. Colaborou em jornais e revistas: L’Hebdo, Voir, L’Oeil. Exerceu a actividade editorial, no quadro da empresa familiar Daval Editeur.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA, RÉSOLUMENT IRRÉSOLUE
  • Dans ses explorations picturales, Vieira da Silva aurait voulu prendre en compte tous les possibles. C’est pourquoi elle ne s’est jamais avancée dans une direction sans s’aventurer, ne serait-ce que subrepticement, du côté opposé.
    Pourtant, sa peinture n’est pas déchirée. Un équilibre s’établit, fragile, dans l’opposition des contraires ; il empêche l’œuvre de se figer.
    Dans la foisonnante diversité du travail de Vieira da Silva, deux aspects particulièrement illustratifs seront retenus, avec des exemples de tableaux à l’appui : celui de l’espace pictural et celui de la tension jamais relâchée entre la tête et la main.
    Les irrésolutions de l’artiste sont en effet particulièrement visibles dans les relations qu’elle ne cesse d’établir entre les trois dimensions de l’espace et les deux du support, entre l’espace de l’expérience sensible et celui de la construction mentale.
    D’autre part, si sa démarche s’enracine dans une profonde réflexion, sa sensibilité toujours en alerte infléchit ses spéculations intellectuelles
    L’affrontement construit-déconstruit ne saurait se confondre chez Vieira da Silva avec la maîtrise et son abandon ; il rejoint en revanche l’antinomie du statisme et du dynamisme.
    Ce dynamisme n’est plus la décomposition d’un mouvement observé, mais le déplacement de l’artiste lui-même, puis par voie de conséquence du spectateur. Cela reflète une nouvelle façon d’être au monde, propre à l’époque, non plus devant, comme référence stable, mais dans.
    Ces perpétuelles remises en question ancrent Vieira da Silva dans les interrogations de son temps : alors que les profondes désillusions causées par la guerre ébranlent considérablement tous les repères, l’affranchissement des anciennes valeurs ne laisse plus à l’individu d’autre vérité que l’accomplissement de soi.
    Pour elle comme pour ses contemporains, le tableau ne s’offre plus comme une organisation délibérée, mais comme le lieu d’une expérience, que l’on ne peut complètement prédire, l’artiste se laissant guider par l’œuvre en train de se faire.

  • FILIPE ROCHA DA SILVA . Pintor. Professor Auxiliar da Universidade de Évora. Expõe frequentemente em Portugal e no estrangeiro. Representado em colecções nacionais: Fundação Calouste Gulbenkian e Museu de Serralves. Exposições individuais mais recentes: Museu da Cidade de Lisboa (2005); Galeria Palmira Suso 2006. Colectivamente expôs: Faulkner Gallery, Iowa (2008); Galeria Artists Projects International de Nova Iorque (2008).
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA E O MANEIRISMO
  • Eduardo Lourenço escreveu que a ambiguidade espacial era, em Vieira da Silva, aquilo que a distinguia do conjunto dos contemporâneos. Esta ambiguidade foi também um dos traços fundamentais daquilo que se convencionou designar como o Maneirismo, um movimento do século XVI mas que só foi conceptualmente criado no século XX. O Maneirismo, para alem das raízes que mergulha no século originário, funciona bem como um modelo de análise à luz do qual a obra de Vieira da Silva pode ser interpretada e entendida, em toda a sua clareza. É esse o exercício que tentaremos fazer para comemorar o centenário do nascimento da pintora. Cem anos são muito tempo mas o tempo não existe como provam leituras dos factos como esta, sincrónica e analógica. A arte estabelece as pontes que tornam o passado presente e subverte assim a própria história.

  • JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA . Professor jubilado da Universidade Nova de Lisboa, onde criou o Mestrado de História da Arte. Membro da Academia das Ciências de Lisboa. Tem uma vasta obra no campo do estudo das artes plásticas em Portugal. Entre 1947-1949 participou nas actividades do Grupo Surrealista de Lisboa. Como bolseiro em França (1959-1964) elaborou as obras: La Lisbonne de Pombal (1965 - prefácio de Pierre Francastel) e Le Romantisme au Portugal (1975). Regressou a Portugal em 1964. Foi o director da revista Colóquio / Artes (1971-1996). Dirigiu o Centro Cultural Português de Paris (1980 a 1986). Entre as obras publicadas contam-se: Amadeo de Souza Cardoso (1957), Situação da Pintura Ocidental (1959), Dez Anos de Cinema (1960), A arte em Portugal no século XIX (1967) e A arte em Portugal no século XX (1974), Lisboa, urbanismo e arquitectura, A Arte em Portugal no século XX (1974) e 100 Quadros portugueses do século XX (2001). Nos últimos tempos tem se dedicado à escrita de romances, no entanto, foi lançada recentemente a obra: Lisboa, História Física e Moral (2008).
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA PARA DEPOIS

  • JOÃO LIMA PINHARANDA . Curador e crítico de arte. Professor Auxiliar do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa. Mestrado em História da Arte (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa), 1985. Responsável pela constituição da Colecção de Arte da EDP - Electricidade de Portugal e pela organização dos Prémios e das exposições temporárias de arte desta empresa e da Fundação EDP. Director e organizador de Programação do Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE) - Colecção António Cachola. Presidente da secção portuguesa da AICA -Associação Internacional de Críticos de Arte (2004/2007). Colaborador permanente do J. L. (1984 e 1990); Responsável pela secção de artes no jornal (1990/ 2000). Comissariou múltiplas exposições individuais em Portugal e internacionalmente. É autor monografias sobre arte e artistas portugueses. Textos historiográficos publicados: "Portugal in the 20th century", org. António Costa Pinto. Edição da Standford University Press, 1998 (com trad. portuguesa e castelhana em 2000, reedição americana, revista e actualizada, em 2003); "História da Arte Portuguesa", 1996 (dir. Paulo Pereira) capítulos sobre artes plásticas - anos 50 a 90. Ed. Círculo de Leitores e Temas & Debates, Lisboa. A primeira metade do séc. XX - colecção sob direcção de Dalila Rodrigues (2009).
COMUNIÇAÇÃO: O AMOR QUÍMICO E ALQUÍMICO (VIEIRA E ARPAD POR CESARINY)
  • 1. Vieira e Arpad por Cesariny: as cartas, os poemas, o castelo surrealista,
    2. Cesariny como terceiro elemento: a construção do mito o que aprendeu Cesariny com o par Vieira – Arpad.

  • JOÃO PEDRO FRÓIS . Professor universitário e investigador. Doutor pela Universidade de Lisboa; Mestre pela Universidade Técnica de Lisboa; «Master of Arts in Psychology» Universidade de Sampetersburgo. Investigador Integrado do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens, Universidade Nova de Lisboa. Professor do Mestrado de Educação Artística da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Desenvolve estudos na área da Psicologia das Artes Visuais e da Comunicação em Museus de Arte. É vice-presidente da “International Association of Empirical Aesthetics” IAEA e membro efectivo do “International Council of Museums” - ICOM.
COMUNIÇAÇÃO: IMAGINAÇÃO, ESPAÇO E SILÊNCIO: TRIBUTO A VIEIRA DA SILVA

  • LUÍS EDUARDO DE OLIVEIRA DOS SANTOS FERRO . Engenheiro químico-industrial pelo I.S.T. Actividade profissional no campo da engenharia química e direcção industrial. Paralelamente, intervenção em instituições culturais (Juventude Musical Portuguesa. Teatro Nacional de S. Carlos, EP). Chefe de Gabinete da Secretária de Estado da Cultura (1985-86); Director do Sector Cultural da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1986 a 2007) e Consultor da referida Fundação (a partir de 2007). Participação em órgãos de diversas instituições: Fundação do Mecenato Cultural do Teatro Nacional de S. Carlos; Culturgest; Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva; Grémio Literário. Artigos e intervenções sobre questões de cultura e gestão cultural.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA E A MÚSIVA: UM TESTEMUNHO
  • A aprendizagem séria da Música, em Maria Helena Vieira da Silva, precedeu os estudos de Artes-Plásticas. A presença da música – no concerto, interpretada em casa (ao piano e harmónio) e escutada em gravações ou pela rádio constituiu companhia regular até o fim da vida. São tentadoras algumas aproximações, na vivência do “tempo”, entre tecido musical, linhas melódicas, sinestesias (som/cor) e noções correspondentes no âmbito das artes pictóricas.

  • MARIA FILOMENA MOLDER . Professora de Estética e Filosofia da Linguagem. Departamento de Filosofia, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa. Área de especialização em Filosofia do Conhecimento e da Linguagem. Bibliografia a destacar: O Pensamento Morfológico de Goethe. Imprensa Nacional, Lisboa, 1995; Semear na Neve. Estudos sobre Walter Benjamin, Relógio d’Água. Lisboa, 1999. Prémio Pen-Club 2000 para o Ensaio; Matérias Sensíveis, Relógio d’Água, Lisboa, 2000; A Imperfeição da Filosofia, Relógio d’Água, Lisboa, 2003; O Absoluto que pertence à Terra, Edições Vendaval, Lisboa, 2005.
COMUNIÇAÇÃO: A SENHORA DO LABIRINTO
  • Ariana (óleo, 1988) e Dédale (têmpera, lápis e carvão sobre papel, 1980) são a razão próxima do que se procura considerar em “A senhora do labirinto”. Como sabemos, o labirinto é a figura – onde se conjugam arquitectura e caos – que une Ariana e Dédalo. Ora, na obra de Vieira da Silva o labirinto é uma presença constante, a pintora parece conhecer uma intimidade profunda com o caos e ter um acesso privilegiado à arquitectura que o protege. Na verdade, o óleo e a têmpera referidos são casos-limite da identificação dessa presença. O título contém também uma referência a Giorgio Colli, cuja visão do mito cretense nos vai servir de fio condutor.

  • MARIA HALKIAS . Doutorada em História de Arte pela University of St Andrews, (UK/ 2008). Defendeu a tese: Les Yeux de la Mémoire – onde focou a obra de Vieira da Silva realizada entre 1930 e 1946. Desenvolveu o trabalho de investigação em: Paris, Lisboa e Rio de Janeiro. BA em Economia, pelo Bard College (2001). Trabalhou no Departamento de Pintura Latino Americano da Christie’s, de Nova Iorque (2002). Presentemente, trabalha na Galeria Nees Morfes, em Atenas.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA: IDENTITY AS AN ARTIST – 1930-1940
  • Esta comunicação examina a série de pinturas de Maria Helena Vieira da Silva intitulada À Nous la Liberté (1933-1934), no seu valor visual, narrativo e contextual, incidindo no período inicial da obra da artista. Em conjunção com o quadro Autoportrait (1932) estes trabalhos tornam-se representativos das alusões iniciais a uma visão apocalíptica por parte da artista. A sua natureza escatológica é revelada através do estudo comparativo iconográfico com a obra impressa L'Apocalypse (1932) do amigo e colega, William Hayter. Outra fonte de inspiração para esta série de quadros é o filme de René Clair, À Nous la Liberté (1931).
    A apropriação do título do filme releva o alinhamento do trabalho de Vieira com um tema que reflecte uma elevada politização, dada à angustiante situação socio-política da Europa comtemporânea. O objectivo da comunicação é examinar o modo como estas duas fontes externas se conjugam e adquirem modos diferentes sobre a visão personalizada de Vieira, em À Nous la Liberté.

  • MARIA JOSÉ PASCHOAL . Actriz, encenadora, cenógrafa, figurinista. Tem exercido a sua profissão, quer no teatro, quer na televisão. Licenciada em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Curso Superior de Formação de Actores e Encenadores pelo Conservatório Nacional de Lisboa. Curso de Guia-Intérprete pelo Instituto das Novas Profissões. Estreou-se como Actriz em 1981. Permaneceu no Teatro da Graça oito anos até à sua extinção (1993). Recebeu como Actriz vários prémios, nomeações e outras distinções entre os quais: Prémio Garrett, Prémio da Crítica e Menção Honrosa do Prémio Palmira Bastos e António Silva da Câmara Municipal de Lisboa.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA ACTRIZ DOS SEUS QUADROS
  • Circula pelos seus quadros como intérprete de um monólogo invisível e inaudível, interior, comandado como na vida, em todos os sentidos, num labirinto, numa teia de incógnitas, num emaranhado de tudo e nada, com a dúvida de certeza e a alegria da tristeza. Aí fica presa, de onde não sai. É só solidão. É só vazio.
    Mas é a obra de Deus que só alguns sabem interpretar.

  • MARIA LUÍSA RIBEIRO FERREIRA . Professora Associada com Agregação de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Mestre em Filosofia Moderna pela Universidade Nova de Lisboa (1984). Doutora em História da Filosofia Moderna pela Universidade de Lisboa, em 1994. As suas publicações situam-se no âmbito da Filosofia Moderna, da Didáctica da Filosofia e da Filosofia no Feminino. É coordenadora do projecto «Uma Filosofia no Feminino» - Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (projecto PRAXIS, da Fundação para a Ciência e Tecnologia).
COMUNIÇAÇÃO: ‘NENHUMA MULHER É SÓ MULHER’ – O CASO VIEIRA DA SILVA
  • Depois de analisar o conceito de género tal como tem sido considerado nos “Women Studies” problematiza-se a sua aplicação ao domínio da arte. A pintura de Maria Helena Vieira da Silva levantando questões à tese de uma estética no feminino.


  • MARIA MANUEL BAPTISTA . Professora da área de Cultura Portuguesa no Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro e membro do Centro de Investigação de Línguas e Culturas da mesma instituição. Coordenadora da linha "Cultura Portuguesa - Declinações Latino-Americanas". Doutorada em Cultura, pela Universidade de Aveiro, com a dissertação “A Paixão de Compreender: A Filosofia da Cultura em Eduardo Lourenço” (2002). Mestre em Psicologia da Educação, pela Universidade de Coimbra, com a dissertação “Estereótipos de Adultos Moçambicanos Face à Aprendizagem” (1996). Licenciada em Filosofia, pela Universidade do Porto (1986).
COMUNIÇAÇÃO: A DIMENSÃO POÉTICA DAS OBRAS DE VIEIRA DA SILVA E EDUARDO LOURENÇO

  • NUNO JÚDICE . Poeta, ficcionista, ensaísta e crítico literário. Professor Associado da Universidade Nova de Lisboa. Doutorado em Literaturas Românicas Comparadas (1989). Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa. Publicações que se destacam: «Sonetos» de Antero de Quental (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1994); «Cancioneiro» de D. Dinis (Teorema, 1998); «Infortúnios trágicos da Constante Florinda» de Gaspar Pires Rebelo (Teorema, 2005). No campo do ensaio: «A era do Orpheu», Teorema, 1986; «O espaço do conto no texto medieval», Vega, 1991; «O processo poético», Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1992; «Viagem por um século de literatura portuguesa, Relógio d’Água, 1997; «As máscaras do poema», Aríon, 1998; «A viagem das palavras», Colibri, 2005; «O fenómeno narrativo», Colibri, 2005; «A certidão das histórias», apenaslivros, 2006. Conselheiro Cultural. Direcção do Instituto Camões, em Paris (1997 e 2004).
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA NA VOZ DA POESIA
  • A obra de Vieira da Silva manteve com a obra de alguns poetas, em França e em Portugal, um diálogo fecundo em que se encontra um reflexo das marcas estilísticas do seu traço pictórico. Através da comparação entre esses poemas é possível detectar constantes que contribuem para um conhecimento profundo da originalidade e da dimensão estética dos quadros desta pintora.

  • RAQUEL HENRIQUES DA SILVA . Professora Auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Departamento de História da Arte. Autora de estudos de investigação e divulgação nas áreas do urbanismo e arquitectura (século XIX-XX), artes plásticas e museologia. Directora do Museu do Chiado (1994-97); Instituto Português de Museus (1997-2002). Conselho de Administração da Fundação de Serralves, em representação do Ministro da Cultura (200-06). Coordenadora científica da preparação da candidatura da Baixa a Património da Humanidade. Participou no Grupo de Trabalho, presidido pela então vereadora Maria José Nogueira Pinto, que delineou o Plano Estratégico para a Baixa-Chiado. Integra, actualmente, o Conselho Nacional de Cultura, na Secção de Museus e a Direcção do Instituto Marques da Silva da Universidade do Porto. Em curso estão trabalhos diversos, no âmbito do património, em articulação com as câmaras municipais de Cascais, Lisboa e Sintra. Prepara uma exposição sobre Os anos 70 que decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2009. Destacam-se as seguintes publicações: As Avenidas Novas de Lisboa, 1900-1930. Lisboa, 1986 (Dissertação de Mestrado em História da Arte apresentada à FCSH da UNL, policopiado); Cascais. Lisboa, Presença, 1988; Aurélia de Sousa. Lisboa, Inapa, 1991; Carlos Botelho. Lisboa, Presença, 1995 (com organização de imagens de Manuel Botelho); Lisboa romântica. Urbanismo e arquitectura, 1777-1874. Lisboa, 1998 (Dissertação de Doutoramento em História, Especialidade História da Arte apresentada à FCSH da UNL, policopiado). Participou em co-autoria nas seguintes obra: Lisboa de Frederico Ressano Garcia, 1874-1909. Lisboa, Câmara Municipal/ Fundação Calouste Gulbenkian, 1989; Eduardo Viana, ami des Delaunay. Europália-Portugal 91, Mons,1991; Porto, Fundação de Serralves, 1995 (com o título: Eduardo Viana); Silva Porto, Exposição comemorativa do centenário da sua morte. Lisboa, Instituto Português de Museus/ Museu Nacional de Soares dos Reis, 1993; Museu do Chiado. Arte Portuguesa, 1850-1950. Lisboa, Instituto Português de Museus/ Museu do Chiado, 1994; História da Arte Portuguesa. Lisboa, Círculo de Leitores, 1995. (direcção: Paulo Pereira). Artigos: "Romantismo e naturalismo"; "Sinais de ruptura: «Livres» e Humoristas"; "Percursos da modernidade"; "Os movimentos dos anos 40"; Panorama Arte Portuguesa no século XX. Porto, Fundação de Serralves/Campo das Letras, 1999 (direcção: Fernando Pernes). Artigo: “Anos 30. O desejo da Expressão, crítica e ultrapassagem do Modernismo”, pp. 89- 129; Século XX. Panorama da cultura portuguesa. Porto, Edições Afrontamento/ Sociedade Porto 2001/Fundação de Serralves, 2002 (coordenação: Fernando Pernes). Artigo: “Os museus: Histórias e prospectiva”, 3º vol., p. 65-108.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA, DESASTRES DE GUERRA
  • Entre a obra de Vieira da Silva, uma das suas pinturas que mais amo é O desastre ou La guerre, realizada em 1942, no Rio de Janeiro para onde o casal emigrara no ano anterior (e onde permanecerá até 1947), fugindo à guerra e, sobretudo, aos riscos que Arpad poderia correr, sendo húngaro e judeu.
    Le desastre foi feito sobre um duplo repto: pintar o terror da guerra e manter, na malha abstracta da pintura, a figura humana, num jogo experimental entre a figuração e a abstracção que o mercado brasileiro de algum modo lhe solicitava. O resultado é um pungente manifesto que proclama a dor e o sofrimento nos corpos sobrepostos, trucidados, vivos-mortos ou mortos-vivos num mundo que se desmorona.
    Obra importante da produção de Vieira da primeira longa fase, ela é, no entanto, atípica da sua poética abstracta da maturidade e da velhice quando as formas e as cores se entrosam para nos proporem estranhas e labirínticas teias que sugerem cidades e os acordes repetidos da música clássica que tanto amou.
    Proporei ainda relacionar esta obra-prima a par de outras realizadas nos mesmos anos, particularmente História trágico-marítima ou Naufrage de 1944, que me parece sugerir que o tema da gesta das navegações portuguesas do século XVI, e os seus dramáticos naufrágios, influenciaram determinantemente o modo como Vieira representou em pintura a Segunda Guerra Mundial.

  • RITA CANAS MENDES . Estudante finalista do curso de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Pós-graduação em Edição. Coordenadora editorial na área das ciências sociais e humanas. Realiza traduções e revisões de livros e artigos. Destaca-se a tradução para português da obra Arte, de Clive Bell. Prosseguirá os estudos com um mestrado em Estética, área privilegiada na sua investigação filosófica.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA DA SILVA: O ESPAÇO DE VIDA
  • Lisboa, Paris, Suíça, Londres, Brasil, o atelier. Vieira da Silva, apesar da frequência com que o fazia, não gostava de viajar, preferindo a concentração do seu estúdio. Podemos nós crer que os espaços visitados e habitados por um autor em nada o marcam e à sua obra, em nada condicionam os seus espaços imaginados? É impossível que uma alma sensível como a de Vieira da Silva passasse incólume a estas mudanças no seu ambiente. Cada passo deixa marcas e a sua obra reflecte, mesmo que por vezes longinquamente, essas impressões. Uma obra universal é fruto de experiências particulares; provavelmente de experiências particulares que contenham algo de universal. O modo como um pintor concebe e vive o espaço influencia o modo como o trata na sua obra. Vieira fá-lo de um modo único. A sua busca pela estrutura essencial subjacente ao espaço em que nos movemos assemelha-se à demanda do filósofo pelos conceitos e o modo como ilustrou esta procura é matéria de questionamento filosófico.

  • RUI-MÁRIO GONÇALVES . Crítico de Arte e ensaísta. Participou nas actividades pedagógicas da SNBA, nas Escolas Superiores de Teatro e de Cinema e na Faculdade de Letras de Lisboa, como professor catedrático. Dedicou-se às artes plásticas (desde 1958). Prémio Calouste Gulbenkian de Crítica de Arte (1963). Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para Paris (1963), onde estudou com Pierre Francastel. Em Lisboa (desde 1966) desenvolve intensa actividade nos jornais (Jornal de Letras e Artes, A Capital, Expresso, Diário de Notícias, Extra, Jornal de Letras, Artes e Ideias), na rádio (Antena 2), nas revistas da especialidade (Arquitectura, Colóquio, Colóquio-Artes). Organizou numerosas exposições. Fez parte dos corpos gerentes da Cooperativa dos Gravadores Portugueses, da Associação Internacional dos Críticos de Arte e da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
COMUNIÇAÇÃO: RITMICIDADE E TIMBRISMO: UM ESPAÇO-OUTRO
  • Desde Cézanne, a prática moderna instaurou uma escrita de manchas e de linhas que sugere espaços cheios e vazios. No mestre oitocentista, estes entravam por vezes em osmose, devido ao trajecto dos contornos. Na obra de Vieira da Silva, aqueles espaços surgem simultaneamente na globalidade do quadro, gerando um unificado espaço-forma ‘instável’, aproveitando ambiguamente os dados da percepção do espaço real adquiridos em movimento. Entre a alucinação e o rigor, os quadros convocam várias geometrias, porque a pintora se segue as intuições despoletadas por diferentes sentidos – a visão e o tacto, principalmente – e, por meios puramente pictóricos, funde as sugestões de perto e de longe, de fixidez e de movimento, de opacidade e de transparência.

  • SÍLVIA ROSADO CORREIA . Professora de Estética na Escola Superior de Design-IADE. Área de investigação: Estética e Imagem fotográfica nas artes visuais em Portugal. Coordenadora do mestrado em Teoria da Cultura Visual ESD-IADE. Licenciatura em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; mestrado e doutoramento em Estética, Ciência e Tecnologia das Artes, na Universidade de Paris 8, com a dissertação de doutoramento: A experiência ética na arte contemporânea. Investigadora na Unidcom- IADE (Unidade de Investigação em Design). Últimos artigos publicados com arbitragem científica: 'A imagem do espaço pictórico', Centro de Investigação Imagem e Tecnologia, UTFPR Curitiba, Brasil, 2004; 'Um pensamento táctil em "Comer o coração"', Revista, Centro de Investigação Tecnologia e Sociedade, UFSC, Santa Catarina, Brasil, 2006; La pensée tactil; Presses Universitaires de Laval, Québec, Canada, 2008.
COMUNIÇAÇÃO: ENTRE A TRANSPARÊNCIA E A OPACIDADE
  • A partir de uma definição filosófica de espaço não euclidiano interpretado como um modelo cartográfico na arte, referido no livro de Christine Buci-Gluksmann "L'œil cartographique", propor-se-á a pintura de Vieira da Silva, em particular nos anos 70 e 80, como um acontecimento exclusivamente pictórico: ser pintura que se detém apenas na sua materialidade e que por isso resiste à criação de imagens.

  • TERESA QUIRINO DA FONSECA . Doutoranda em Filosofia. Mestre em Filosofia da Natureza e Ambiente, pela FLUL (2005). Dissertação de mestrado: “A Cidade Azul – Uma visão ecológica em Vieira da Silva. Bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Licenciada em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.. Trabalhou dez anos em profissão liberal. Docente de Artes Visuais - ensino básico e secundário: Lisboa, Albufeira e Algoz. Responsável/ Coordenadora de Projectos na área da Educação Ambiental/ Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Publicou artigos em revistas de educação.
COMUNIÇAÇÃO: VIEIRA: DA CATÁSTROFE À ESFERICIDADE
  • Maria Helena Vieira da Silva: um trajecto de vida trilhado na exigência ética - a aprendizagem entre espaços de catástrofe. A Terra é sugerida em múltiplas materialidades, a direcção para um encontro de outra natureza - a luz, a do Sol. A vida é-o entre duas esfericidades virtuais - materialidade colorida e energia imensa. É com esta configuração esférica que Vieira lança aos outros, à humanidade, o caminho do futuro - o encontro com a felicidade. O século XXI é o espaço de projecção de uma nova mobilidade, a que a artista acedeu antecipadamente, a mobilização interactiva universal - a única possível, a senda da sustentabilidade.

  • VASCO MARQUES . Doutorando em Filosofia. Tese sobre o problema do tempo na filosofia de Voador Jankélévitch, orientado pelos Professores Doutores Manuel José do Carmo Ferreira e Carlos João Correia. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (desde 2004). Crítico de cinema do semanário Expresso, desde 2005.
COMUNIÇAÇÃO: MOVING PICTURES : O ESPAÇO E O TEMPO NA «CINEPINTURA» DE VIEIRA DA SILVA
  • Partindo da insuficiência da habitual distinção estabelecida entre a pintura como arte do espaço e o cinema como arte do tempo, tentaremos a) tematizar o conjunto de diferenças formais que permitem dissociar o espaço-tempo pictórico do espaço-tempo cinematográfico e; b) mostrar em que medida o espaço-tempo da pintura de Vieira da Silva tende a aproximar-se do espaço-tempo cinematográfico em geral.

  • VANESSA BRITO . Investigadora. Associada na Jan Van Eyck Academie (Holanda). Áreas de especialização: estética e filosofia política. Doutoramento em Filosofia pela Universidade de Paris VIII Vincennes – Saint-Denis, com a tese Les Arts dans la Philosophie de Gilles Deleuze. Foi bolseira da FCT e da Fundação Calouste Gulbenkian. Dirige actualmente vários projectos de filosofia para crianças. Artigos e comunicações mais recentes: “Is there a politics of the involontary?” (Jan van Eyck Academie); “L’île deserte et le peuple qui manque” (Cahiers du cinema - Essais); “Rancière et le diagnostique nihiliste” (Colloque de Cerisy/ Editions Horslieu).
COMUNIÇAÇÃO: O PARADOXO NA OBRA DE VIEIRA DA SILVA
  • A obra de Vieira da Silva formula um problema para o qual cada quadro traz uma resposta possível. E cada quadro seu confronta-nos com um paradoxo, com a coincidência de opostos e com a coexistência de itinerários contraditórios. Paradoxais são também as figuras que atravessam a sua obra: a figura da porta que simultaneamente se abre e se fecha, põe em comunicação e separa; a figura da rede, da teia e da tela, que tanto constrói um espaço de circulação e de ressonância quanto isola, prende e imobiliza; e a própria figura do espaço, cuja divisão em pequenas células repetidas ad infinitum, tanto permite disciplinar e encurralar, como dissipar e libertar, fazendo do espaço um lugar de captura como de insurreição. Este recurso insistente ao paradoxo não é de somenos para a compreensão do problema que a obra formula.
    Se admitirmos que esse problema coincide com uma luta contínua pela emancipação do olhar e do pensamento, porque é que a sua elaboração exige toda uma série de paradoxos e de Consequências contraditórias que não se excluem? Vieira da Silva jamais escolhe entre este ou aquele caminho, esta ou aquela resposta. Nesse sentido, os seus quadros mostram-nos o que as suas palavras nos confidenciam: “eu nunca tomo partido por coisa nenhuma. (...) Eu nunca afirmo nada. (...) Não prefiro uma coisa a outra... (...) Para mim tudo é igual.” A nossa comunicação pretende questionar as implicações que este princípio da não-escolha ou da não-preferência pode trazer para a compreensão da própria ideia de emancipação.




segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

[38] Divulgação . Programa do Colóquio Internacional 'Longos Dias Têm Cem Anos - Vieira da Silva: um olhar contemporâneo'



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O Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa vem divulgar o programa do Colóquio Internacional 'Longos Dias Têm Cem Anos - Vieira da Silva: um olhar contemporâneo
', a realizar nos dias 15 e 16 de Janeiro de 2009, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.







quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

[37] Seis obras inéditas de Vieira da Silva - Exposição "Intuição e a Estrutura", no CCB inaugura hoje . 04.12.2009

"Seis telas da pintora Maria Helena Vieira da Silva nunca vistas pelo público integram a exposição que hoje abre portas no Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. A mostra é dedicada à influência mútua entre a pintora nascida em Portugal e o artista uruguaio Torres García.
Esta ligação, há muito conhecida, é ilustrada pela primeira vez através da ordenação de obras de ambos os artistas no mesmo espaço.
Os referidos quadros de Vieira da Silva foram encontrados em 2007 na Galerie Jeanne Bucher, em Paris, por Eric Corner, um dos três comissários de ‘A Intuição e a Estrutura: de Torres García a Vieira da Silva 1929-1949’, patente no Museu Colecção Berardo até 15 de Fevereiro.
São obras figurativas, elaboradas nos anos 30 na Roménia, após Vieira da Silva ter casado com o húngaro Árpád Szenes. Quatro delas, guaches, fazem recordar de imediato o estilo de Matisse. Não foi essa, contudo, a principal fonte de inspiração da artista, que em 1956 se naturalizou francesa.
Constituída essencialmente por peças de Vieira da Silva e Joaquín Torres Carcía, a exposição 'revela uma correspondência muito forte, o diálogo e a confrontação que se registou entre os dois artistas', explicou ontem o também comissário Jean François Chougnet, director do Museu Colecção Berardo.
'Helena sempre disse que o seu principal inspirador foi Torres García', acrescentou. Segundo Eric Corner, a mostra 'reflecte a questão fundamental do ‘planismo’ equacionada por Torres – o pintor trabalha num plano – e como Vieira da Silva investigou a forma de dar profundidade a esse plano.'
A mostra ilustra, ainda, o diálogo e as oposições entre figurativismo e pintura abstracta, 'uma das questões fundamentais da arte nos anos 30', segundo Chougnet. Ambas as opções – e a sua associação – estão presentes nos quadros de Vieira da Silva.

DETALHES
VÍDEO NO SITE DO ‘CM’
Um vídeo sobre esta exposição acompanha esta notícia em www.correiomanha.pt.
BRINQUEDOS
A exposição é constituída por 146 peças, incluindo telas, desenhos e brinquedos, estes últimos feitos por Torres García.
VALÊNCIA PARTICIPA
A mostra no CCB é uma co--produção do Museu Berardo e do Instituto Valencià d’Art Modern (IVAM). A directora deste, Consuelo Casabán, é também comissária da exposição.
CONTACTO DISTANTE
Apesar de se terem influenciado mutuamente, Vieira da Silva e Torres García nunca se encontraram. O contacto foi feito apenas através de correspondência.
GERAÇÕES DIFERENTES
Joaquín Torres García, nascido em 1908, era 34 anos mais velho do que Vieira da Silva. Morreu em 1949, 43 anos antes da pintora".
José Luís Feronha (Correio da Manhã. 2008.12.04)'
Informação disponível em:
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=CA094951-6B4C-4048-ACE7-1B8D9F7C9B0C&channelid=00000013-0000-0000-0000-000000000013

Ver : Oliveira, L. S. (2008). 'A gruta de Vieira e as estrelas de Torres-García'. Público PT. Cultura. 2009.12.06
Disponível na Web em:
http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2008&m=12&d=06&uid=&id=286858&sid=56354


Ver: TeleSUR'Obras de Torres-García y Vieira serán expuestas en Lisboa'
Disponível na Web em:
http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/37860-NN/obras-de-torres-garcia-y-vieira-seran-expuestas-en-lisboa/